O filme acompanha a filha de pescadores Ana Laíde na luta contra a instalação da mineradora canadense Belo Sun, na Volta Grande do Xingu (PA). O projeto prevê a construção de barragens semelhantes às que explodiram em Mariana e Brumadinho, além de ficar a 10km da barragem de Belo Monte.

Espremidas entre “monumentos à isanidade” – expressão cunhada pelo ex-bispo do Xingu e presidente do Cimi, Dom Erwin Krautler -, as mulheres do Xingu fazem um intenso trabalho de base junto a ribeirinhos e camponeses, para evitar que a mineradora – parte do conglomerado minerário do banco Forbes & Manhattan – consiga abrir o que será a maior cava de ouro a céu aberto do país.

Com intimidade ímpar, Ana percorre o território esgarçado da Volta Grande, da periferia de Altamira até a região da Ressaca, epicentro do empreendimento minerário. A atmosfera de uma terra arrasada, coberta de histórias sobre famílias desmembradas, pescadores com Parkinson, camponeses sem terra expulsos pela polícia, contrasta com o discurso de desenvolvimento embutido nas narrativas das megalomaníacas empreitadas do capitalismo desenvolvimentista, em uma região que foi ainda mais espoliada durante o governo Bolsonaro.

Na periferia de Altamira, Ana visita um pescador que luta contra Belo Sun desde os ano 80, quando  empreemdimento ainda se chama Oca Mineração. Adoecido e vivendo em um reassentamento urbano longe da cidade, o pescador teme que a instalação do novo empreendimento possa liquidar de vez o rio.

Ana conversa com moradores da Vila que está ameaçada de despejo, e também com famílias acampadas em um lote da reforma agrária, em protesto contra o arcordo entre Incra e a mineradora, realiazdo durante o governo de Jair Bolsonaro: a entrega à mineradora de diversos lotes da reforma agrária do P.A. Ressaca, em troca de  promessas de lucro repartido, e terras em outro estado.

O clima generalizado de miséria e desesperança contrasta com a intimidade e clareza de ação de Ana Laíde e seu grupo político, na organização de ribeirinhos e camponeses na luta por direitos. Buscando ouvir percepções  e semear sempre um pouco de esperança, Ana reverbera em seu trabalho as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), e junto a outras mulheres militantes, constituem o adubo de uma luta cuja vitória parece cada vez mais improvável – neste momento contra um “monumento à insanidade” que talvez destrua definitivamente a vida da Volta Grande do rio Xingu. 

O filme está disponível no youtube:

FICHA TÉCNICA:

Direção:
Ruy Sposati 

Narração:
Ana Laíde Barbosa

Reailzação:
Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à mineração
Supertrampa
Le Monde Diplomatique Brasil

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