Na noite desta quinta-feira (20) a mineradora multinacional Anglogold Ashanti realizou reunião na sede da Associação do Comercial e Empresarial de Santa Bárbara para debater sobre a situação das barragens de rejeitos da empresa na região.

Cerca de 50 pessoas participaram da reunião e puderam obter informações sobre as diversas estruturas que a mineradora possui na cidade. O evento foi uma oportunidade para as comunidades denunciarem os inúmeros problemas causados pela mina de ouro da multinacional.

Durante a apresentação, o representante da Anglogold afirmou que a barragem é composta por vários compostos químicos utilizados no processo de beneficiamento do ouro, entre eles estão metais pesados altamente cancerígenos como o arsênico, cianeto, chumbo e hidrocarboneto de hidrogênio. Segundo o engenheiro da empresa, como medida de segurança da estrutura, a água da barragem é constantemente drenada e escoada no Rio Conceição, manancial este que abastece toda cidade de Santa Bárbara. Ou seja, toda a cidade está correndo riscos com o abastecimento de água contaminada por rejeitos altamente tóxicos despejados pela mineradora.

As moradoras das comunidades relataram que ninguém está conseguindo dormir com medo de as barragens romperem. Os relatos apresentaram um quadro de adoecimento da população de Santa Bárbara, que passou a fazer uso intensivo de remédios para dormir e antidepressivos devido à situação de medo que a mineradora impôs ao território. As denúncias de que os barulhos da mina estão perturbando todas as comunidades no entorno também foram frequentes. Segundo os relatos, a empresa “acabou com o sossego na vida das pessoas”.

Uma outra denúncia apresentada foi em relação aos impactos na saúde. A população do município possui altos índices de problemas renais e de câncer e a suspeita dos moradores é que a causa seja a contaminação por produtos tóxicos e metais pesados utilizados pela mineradora.

O final da reunião foi frustrante para os moradores que não obtiveram respostas concretas da empresa. Segundo representantes da comunidade, a mineradora está se especializando em enrolar a população e negar as reinvindicações apresentadas.

Texto e fotos: Comunicação MAM

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