O Comitê Nacional em Defesa dos Territorios frente à Mineração repudia os ataques de garimpeiros à lideranças e aldeias do povo Munduruku no Pará.
Este ataque demonstra o caráter miliciano que o garimpo vem assumindo nos últimos anos, em especial a partir do governo Bolsonaro. Tal governo está sendo conivente e permissivo com a ilegalidade armada, assim como, estimula o ímpeto devastador da mineração em terras indígenas por grupos criminosos.
O corte orçamentário, cometido por Jair Bolsonaro, no valor de 240 milhões de reais ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), comprometeu diretamente a fiscalização realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) em diversas areas protegidas, que o garimpo ilegal tenta se instalar.
Atrelado a isso a postura do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem contribuído também com a perseguição e aumento dos conflitos envolvendo garimpeiros em territórios indígenas, como por exemplo a militarização destes órgãos de fiscalização e as restrições administrativas a funcionários que destruírem os maquinários utilizados por esses garimpeiros.
Toda a solidariedade à Liderança Munduruku Maria Leusa que teve sua casa incendiada e vem sendo ameaçada de morte. Nos solidarizamos também com todo o povo Munduruku e em especial as mulheres, que já tiveram a Associação de Mulheres Munduruku Wakoborũn saqueada e destruída este ano.
Exigimos uma resposta imediata do Estado na punição dos criminosos – inclusive as autoridades públicas que estimulam o garimpo ilegal – além da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para que seja realizada uma investigação séria e responsável contra os ataques existentes aos povos indígenas do país.
A expulsão de todos os invasores das Terras indígenas e a proteção do povo Munduruku é o mínimo e urgente que o Estado brasileiro precisa realizar.
Brasília, 27 de maio de 2021,
Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração
0 Comentários