Votação aconteceu nesta sexta-feira (25), no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte. Operações da empresa estavam suspensas desde 2015, quando a Barragem de Fundão se rompeu

O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) autorizou, nesta sexta-feira (25), a Samarco a voltar a operar em Minas Gerais. A votação aconteceu no auditório da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte.

Com isso, a empresa controlada pela Vale e pela BHP Billiton voltará a trabalhar na Mina de Germano, em Mariana, na Região Central do estado – exatamente o mesmo complexo onde se rompeu a Barragem de Fundão, em novembro de 2015.

Entre todos os membros do Copam, apenas o Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc-CBH) votou contra o retorno da Samarco.

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) optou pela abstenção.

O retorno da Samarco já era esperado por pessoas ligadas ao conselho. No último dia 11, cinco conselheiros pediram vistas do processo, que retornou ao plenário nesta sexta.

À época, a ex-representante do Fonasc-CBH, a ambientalista Maria Teresa Corujo, conhecido como Teca, criticou a retomada da empresa.

“É um presente para a Samarco quase quatro anos após a tragédia. Vão operar próximo à Barragem de Germano, a maior represa a montante do mundo. É uma loucura”, afirma.

Complexo de Germano, instalado em Mariana e Ouro Preto (foto: Divulgação/Samarco)

A Barragem de Germano tem 129,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos e 163 metros de altura – maiores índices do Brasil. A represa guarda rejeitos de minério de ferro. 

A assessoria de imprensa da Samarco informou que as atividades serão retomadas em pelo menos um ano. Quando as atividades forem retomadas, a empresa defendeu que implantará técnicas mais modernas de mineração em relação a barragem a montante, mesmo modelo das represas que colapsaram em Brumadinho e Mariana.

Trata-se do método de banco em cavas e sistema de filtragem. O método de banco em cavas reaproveita estrutura já existente. Esse modelo receberá 20% dos rejeitos.

A outra técnica, segundo a companhia, consiste no empilhamento a seco dos rejeitos depois de passar por um sistema de filtragem.

Fonte: Jornal Estado de Minas

 
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