Barcarena é a cidade do estado do Pará onde está instalada a norueguesa Hydro/Alunorte, maior indústria de alumínio do mundo, que tem o GOVERNO NORUEGUÊS como principal acionista. Dona de uma cadeia inteira de Bauxita, tem as instalações industriais em Barcarena, onde transforma a Bauxita em alumina – substância usada na fabricação do alumínio.
O rejeito do beneficiamento da bauxita é altamente tóxico, pois é um resíduo que contém chumbo, alumínio, soda cáustica, entre outras substâncias cancerígenas.
No dia 16 de fevereiro, após fortes chuvas houve mais um vazamento da barragem de rejeitos da Hydro-Alunorte. O Comitê teve papel importante em pautar a imprensa sobre o caso. Em matéria na BBC Brasil, pesquisador do Comitê explicou o que ocorreu por lá. Em matéria intitulada: Mineradora norueguesa tinha ‘duto clandestino’ para lançar rejeitos em nascentes amazônicas
À BBC Brasil, o geógrafo Luiz Jardim, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), disse que as barragens de Mariana e de Barcarena “têm naturezas distintas”.
“Enquanto a da Samarco, em Mariana, era para lavagem de minério, a da Hydro, em Barcarena, é industrial, e guarda os resultados tóxicos da transformação da bauxita em alumina. Ela já pressupõe a existência de produtos químicos que fazem parte desta transformação, já que a limpeza dos minérios é feita antes, em Oriximiná.”
Para Jardim, que integra o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, que reúne 110 organizações ligadas ao tema, o risco de inundação em Mariana era maior graças ao relevo mineiro.
“Em Mariana, a barragem é muito mais alta do ponto de vista de relevo, em relação à declividade da Amazônia, onde há uma planície fluvial. Então a força do rompimento, caso ele ocorra, será menor. O que é central no caso de Barcarena é o potencial mais alto de contaminação dos rejeitos”, avalia.
Matéria: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43162472
Enquanto no Brasil a empresa Hydro-Alunorte chegou a admitir o vazamento e o Instituto Evandro Chagas confirmava o vazamento e a contaminação em seu relatório, a Norsk-Hydro informava à imprensa norueguesa que não havia vazamento, que tudo não passava de fake news.
Graças à pressão da comunicação do Comitê, Ongs norueguesas e parceiros em Oslo, um dos maiores jornais noruegueses enviou uma repórter à Barcarena para relatar o que de fato estava acontecendo.
Com a reportagem: DOENTES POR CAUSA DA ÁGUA, a corajosa jornalista Agnete Klevstrand, do Dagens Naeringsliv — principal jornal norueguês, o silêncio da mídia norueguesa, foi quebrado.
A matéria foi traduzida por Fernando Mathias e publicada no Médium do Comitê para que os atingidos do Pará pudessem acompanhar.
Matéria traduzida:
Matéria de capa no Dagens Naeringsliv — principal jornal da Noruega: Hydro confessa emissões ilegais no Brasil
Hydro agora confirma que houve uma série de emissões da planta da Alunorte no Brasil. As descargas foram intencionais.
“A Hydro continua lutando para gerenciar a crise no Brasil, onde a contaminação da água potável de centenas de famílias e críticas severas levaram a empresa a ter que reduzir a produção da planta da Alunorte pela metade.”
Matéria completa traduzida:
Em matéria publicada em 14 de março no Dagens Naeringsliv — a repórterAgnete Klevstrand relata que ONGS e acionistas noruegueses estão cobrando posição da empresa sobre os danos causados em Barcarena, Pará. Matéria: A Hydro já não sabe mais o que vazou de sua gigantesca fábrica no Brasil
Matéria completa traduzida:
https://medium.com/@Comitemineracao/n%C3%A3o-sabem-o-que-vazou-160ece8ddf47
O Comitê continua acompanhando o caso em Barcarena, atualmente uma CPI na Assembléia Legislativa averigua as denúncias.
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