A Agência Pública Agência Pública e o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração vão distribuir quatro bolsas de 7 mil reais para repórteres produzirem reportagens investigativas
A 12ª edição das Microbolsas de reportagem está com inscrições abertas. Desta vez, a Agência Pública se junta ao Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração para convocar repórteres de todo o país para propor pautas investigativas sobre a mineração e suas consequências para a população e o meio ambiente. As inscrições devem ser feitas até o dia 7 de agosto por este formulário. Serão distribuídas quatro bolsas no valor de R$ 7 mil, além da mentoria da Agência Pública para a produção da reportagem.
Os recentes rompimentos de barragens em Mariana e Brumadinho, que afetaram diversas famílias no estado de Minas Gerais, trouxeram os impactos negativos da mineração ao centro das discussões no Brasil. No entanto, os efeitos dessa atividade no meio ambiente e na vida das populações mais vulneráveis vêm desde o período colonial. Há muito o que investigar sobre uma atividade presente no país há tanto tempo e que ajuda a explicar parte de nossa formação social e econômica. Por isso, a Agência Pública e o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração lançam este chamado aos repórteres de todo o país.
“Os impactos da mineração são irreversíveis e causadores de inúmeros conflitos socioambientais e violações de direitos nos territórios. O setor mineral é o que mais protagoniza crimes socioambientais no país e reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como um dos mais perigosos do mundo para o trabalho, com elevados índices de mortes e invalidez dos seus trabalhadores. No Brasil existe uma série de incentivos fiscais à exportação de produtos de baixa intensidade tecnológica, levando o país à reprimarização da economia. Investigar o setor é de enorme importância. A inscrição de repórteres de todo país para as microbolsas é importantíssima, pois há um deserto de notícias na grande mídia sobre muitas histórias da mineração nos territórios mais distantes dos grandes centros”, afirma Kátia Visentainer, jornalista do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração.
As pautas podem ser sobre quaisquer aspectos da mineração no Brasil, como violações de direitos humanos por empresas, impactos ambientais, conflitos de terras, entre outros. Só serão consideradas propostas de reportagens investigativas. É importante que as pautas sejam originais e investiguem situações ainda não exploradas ou pouco exploradas pela mídia, principalmente nos biomas da Amazônia e do Cerrado.
Para se inscrever, é necessário enviar uma breve apresentação do repórter, referência profissional, resumo e descrição da pauta, plano de trabalho e plano de orçamento. As pautas serão selecionadas pela direção da Agência Pública em parceria com o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração considerando a originalidade e relevância da pauta, consistência na pré-apuração, segurança e viabilidade da investigação e os recursos e métodos jornalísticos que serão utilizados.
O resultado será divulgado no dia 21 de agosto no site da Agência Pública.